sexta-feira, 14 de outubro de 2011

‘Muitas startups brasileiras não recebem o devido valor’, afirma especialista


Segundo o advogado David Frazee, essas empresas precisam saber transformar uma patente em um bom investimento    -  Por Rafael Farias Teixeira


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    Para o americano David Frazee, sócio do escritório de advocacia KL&Gates, o Brasil é um mercado quente para investimentos em startups, mas ainda há muita burocracia para a entrada desses aportes. “O Brasil está em um estágio igual ao que a China estava há alguns anos”, afirma. Para ele, muitas das startups brasileiras não recebem o devido valor. “O venture capital sempre coloca imposições mais difíceis para países em desenvolvimento”, diz. “Eu vejo muitos casos dessas empresas, que se vendem por muito pouco e muito cedo.” 

    Conhecido pela sua atuação com empreendimentos do Vale do Silício e estratégias relacionadas à propriedade intelectual, Frazee veio ao Brasil nesta semana para ministrar uma palestra sobre os erros mais comuns das startups. Para evitar essa desvalorização comum de seus negócios, empreendedores devem persistir por mais tempo no mercado. Segundo ele, ofertas desesperadas ou inconsistentes tendem a desaparecer com o tempo. “Sempre trabalhe sua startup pensando em seu futuro, com marcos precisos a serem alcançados”, afirma. 

O poder da propriedade intelectual 

    Para Frazee, um mercado pouco explorado por investidores são os das patentes e propriedades intelectuais, que possui grande potencial de inovação. Mas, antes de se jogar de cabeça, é preciso ter algumas passos em mente. “Apenas achar que uma ideia é legal não é motivo suficiente para patenteá-la”, diz. Primeiro pense em alguns pontos: sua ideia irá gerar dinheiro? Será competitiva e com poucas chances de ter muitos competidores? 

  Depois disso, é preciso blindar sua ideia, para que ela não seja minada e destruída antes do tempo. Frazee afirma que o empreendedor sempre deve se colocar no lugar do seu pior concorrente para pensar em tudo que pode ser aperfeiçoado na sua patente. “A paranoia patológica não é recomendada, mas a pragmática, sim”, diz. 

 Ainda no processo de definir o escopo de sua patente, o empreendedor deve questionar o que essa invenção ou patente realiza ou não. Ou seja, é imprescindível saber o que os consumidores precisam e como a sua criação vai suprir essa necessidade. Para acrescentar ainda mais valor à ideia, vale refletir se ela pode ser aplicada em outras áreas além daquela para a qual estava destinada. 

    Por último, é preciso proteger-se das infrações. “Estude sua ideia o bastante para saber que casos irão infringir sua patente. Saber como identificar esses casos permite que se tomem medidas legais”, afirma Frazee.


Um comentário:

  1. É isso mesmo, ele está certíssimo !!! Ótima matéria
    Cida

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