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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pirataria é crime no Brasil, reforça Superior Tribunal de Justiça

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro reforçou a ideia de que a pirataria (no caso, venda de CDs e DVDs falsificados) é crime no país. Membros da Terceira Seção da instituição registraram em súmula a ideia.

Mas isso já não era óbvio? Mais ou menos: até agora, vários delitos categorizados como pirataria eram resolvidos com base no chamado “princípio da adequação social”. Segundo ele, não se pode condenar judicialmente uma pessoa por uma atividade criminosa se esse conduta for tolerada ou aceita pela sociedade.

Pirataria é crime no Brasil, reforça Superior Tribunal de Justiça
(Fonte da imagem: Thinkstock)
Como a venda e o consumo de produtos falsificados já está enraizado no cotidiano do país, alguns casos bizarros aconteciam até recentemente: um recurso de uma mulher que vendia centenas de mídias piratas terminou em absolvição justamente por causa da adequação social. “O fato de, muitas vezes, haver tolerância das autoridades públicas em relação a tal prática não pode e não deve significar que a conduta não seja mais tida como típica, ou que haja exclusão de culpabilidade", diz a ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora da sessão.

A partir de agora, isso deve acontecer cada vez menos. Por sugestão do STJ, o crime de pirataria deve ser enquadrado em violação de direito autoral e está previsto no artigo 184, parágrafo 2° do Código Penal brasileiro.

Fonte: http://www.tecmundo.com.br/pirataria/46415-pirataria-e-crime-no-brasil-reforca-superior-tribunal-de-justica.htm#ixzz2jR5ZteJG

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Cuiabá adere ao Programa Cidade Livre de Pirataria

O Programa Cidade Livre de Pirataria, do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual do Ministério da Justiça (CNCP/MJ), ganha na quarta-feira, 25 de setembro, a adesão da cidade de Cuiabá. Com a chegada da capital de Mato Grosso, chegará a dez o número de municípios que adotam o programa, cujo objetivo é municipalizar o combate ao comércio ilegal. 

O Programa é gerido pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e foi iniciado em 2010. Já implantado em São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Osasco, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador e recentemente em Manaus, o programa visa permitir que as cidades assumam ativamente o combate à pirataria, desenvolvendo ações em conjunto com instituições municipais, estaduais e federais, além de representantes da sociedade civil. 

Assim, todas as medidas antipirataria, como fiscalização, operações para apreensão de produtos e campanhas de conscientização, passam a ser trabalhadas de forma integrada e coordenadas pela prefeitura, o que garante mais eficácia e melhores resultados. 

Neste ano, a prioridade são as cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, como é o caso de Cuiabá, que terá quatro jogos da primeira fase disputados na Arena Pantanal. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Inscrições abertas para o Prêmio Nacional de Combate à Pirataria

O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual (CNCP) abriu inscrições para o 3º Prêmio Nacional de Combate à Pirataria – PNCP 2013. A premiação tem o objetivo de reconhecer entidades públicas e privadas que se destaquem no combate à pirataria e outros delitos contra a propriedade intelectual. As inscrições vão até o dia 30 de setembro.

Podem participar empresas públicas ou privadas, de qualquer cidade do Brasil, que tenham promovido ações com o objetivo de evitar a pirataria e o mercado ilegal entre agosto de 2012 e setembro de 2013.

Para se inscrever é preciso preencher, assinar e digitalizar a ficha de inscrição disponível no site do prêmio e depois enviá-la por e-mail para cncp@mj.gov.br ou por correio.

quinta-feira, 21 de março de 2013

China avança no combate à violação dos direitos de propriedade intelectual


Em 2012, a polícia da China descobriu cerca de 44 mil casos de produtos falsificados e de má qualidade. A alfândega deteve mais de 14 mil grupos de produtos suspeitos de violar os direitos de propriedade intelectual e os departamentos industriais e comerciais trataram de 120 mil casos relacionados.

Esses dados foram divulgados nesta quinta-feira (21) na entrevista coletiva sobre lançamento do Plano 2013 de Aplicação da Estratégia Nacional para Direitos de Propriedade Intelectual. No ano passado, a China conseguiu vários avanços notáveis em combate à violação dos direitos de propriedade intelectual, em especial a estabelecimento do mecanismo da proteção para direitos de propriedade intelectual.

O documento com o plano define 84 medidas específicas, com as quais devem elevar o nível da criação de propriedade intelectual e reforçar a proteção dos direitos do setor.

Fonte: http://portuguese.cri.cn/561/2013/03/21/1s164243.htm

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Proteção para o mundo fashion


A indústria brasileira de moda reúne mais de 30 mil empresas, movimenta US$ 63 bilhões e gera 1,7 milhões de empregos diretos por ano. Mas o produto desse fenômeno continua desprotegido e suscetível à pirataria, sem que haja punição para quem copia. E a reivindicação de um preparo maior das organizações responsáveis pelo registro e pela fiscalização por parte do setor é gritante, de acordo com os participantes do painel A Marca e o Design na Indústria da Moda, que aconteceu no último dia do XXXII Congresso de Propriedade Intelectual da ABPI. Oskar Metsavaht, fundador da Osklen e Paulo Borges, organizador do São Paulo Fashion Week, participaram do encontro e apontaram os maiores desafios da moda associados à propriedade intelectual.

"No mundo da moda, registramos apenas as marcas. Não existe o costume de registrar o design porque simplesmente parece não valer a pena, não vemos punição pra quem produz as cópias e muitos usuários consomem esses produtos predatórios”, afirmou Oskar Metsavaht. Para o estilista, faltam instituições credenciadas a analisar o produto da moda, que difere muito dos outros. “Seria preciso uma formação em direito, arte e design para que o analista de um pedido de registro, por exemplo, conseguisse distinguir elementos de estilo que compõem o DNA de uma marca”, explicou o fundador da Osklen.

Oskar também criticou o que muitos produtores de plágio chamam de inspiração. “A maioria das pessoas que se 'inspira' copia e nem cita a fonte original. Ao contrário do que muitos pensam, existe muita originalidade e inovação na moda, e precisamos combater práticas que ferem a ética da criação”, defendeu o empresário.

O desafio da fast fashion
A fast fashion, moda produzida por lojas de departamentos em larga escala e por preços baixos, também foi lembrada como um fenômeno que desvaloriza a moda autoral. Enquanto as grifes têm processos criativos lentos, debruçados em experimentos e que geram desperdício, a cópia de modelos é rápida e utiliza matéria-prima e mão de obra de baixa qualidade. “Todo mundo tem o direito de usar tendências, mas ninguém tem o direito de copiar pra vender mais barato. Acho que a democratização da moda, tão falada atualmente, tem que acontecer com a melhora da condição de vida das pessoas”, defende Oskar Metsavaht, que acredita na construção de uma cultura de moda e na defesa da ética dentro do segmento: “Quem quiser fazer uso dos elementos de estilo de uma peça, que identifique a origem do design e pague os royalties devidos”.

O idealizador das semanas de moda do Brasil explicou que o plágio gera apenas uma perda econômica para quem é vítima dele. “Também afeta a construção da marca e todo o investimento que ela faz no seu processo de desenvolvimento. A longo prazo, deteriora a capacidade de inovação na medida que o setor criativo recebe menos investimentos e se sente desmotivado a criar o novo”, afirmou Paulo Borges.

terça-feira, 24 de julho de 2012

As ações para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™


"A Atuação da FIFA na Proteção à Propriedade Intelectual" foi o tema da palestra conduzida pela Fédération Internationale de Football Association (FIFA), na reunião do Comitê Empresarial da ABPI(Associação Brasileira da Propriedade Intelectual), no último dia 16 de julho, nos escritórios das Organizações Globo. Em sua exposição, o representante da FIFA detalhou as ações preparatórias da entidade no combate às infrações de Propriedade Intelectual para a Copa das Confederações Brasil 2013 e a Copa do Mundo de da FIFA Brasil 2014™.

Segundo o palestrante, 70% das receitas da FIFA advêm da exploração dos direitos comerciais relacionados ao torneio. Trata-se do maior e o mais assistido evento esportivo do planeta: em 2010 registrou uma audiência acumulada de 26 bilhões de espectadores em 204 países. Para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™, a entidade está desenvolvendo um plano de proteção envolvendo seus emblemas e as marcas - "FIFA World Cup", "Mundial 2014", "Brasil 2014", "Cidade Sede+2014", "World Cup 2014" e "Copa 2014", que são de uso exclusivo da entidade. 

Na apresentação foram mostradas imagens com exemplos grosseiros de violação de Propriedade Intelectual envolvendo anúncios publicitários e produtos como bonés, chinelos, bolas, balas, camisetas e chaveiros com referências não autorizadas a eventos realizados pela FIFA. Até agora, no Brasil, a entidade já solucionou, por meio de notificações extrajudiciais, uma centena de casos de empresas que tentam associar as suas marcas e produtos à Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™. Recentemente, segundo o representante da FIFA, as autoridades paraguaias apreenderam - e destruíram - 13.000 tablets utilizando ilegalmente o Emblema Oficial da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™.

Para combater as infrações mais comuns em eventos esportivos - marketing de emboscada por associação ou intrusão, uso não autorizado das marcas e direitos autorais, falsificação, fraude, comércio informal no entorno dos estádios, promoções com ingresso e cambistas - a FIFA estará amparada legalmente pela Lei Geral da Copa, que prevê, entre outras, repressão à distribuição de brindes, publicidade ostensiva em veículos e ações de marketing não autorizadas no interior das Áreas de Restrição Comercial. Promoções com ingressos dos Torneios e ações de marketing que tentem se aproveitar do fundo de comércio dos torneios sem autorização da FIFA também estão sendo monitoradas de perto pela entidade. 

Para proteção dos direitos de Propriedade Intelectual a FIFA contará com – a colaboração dos governos federal e estadual, prefeituras e órgãos organizadores locais. Entre as medidas de repressão às infrações estão previstas a fiscalização de portos, fronteiras e mercados locais, com a atuação de delegacias especializadas em crimes contra a Propriedade Intelectual. No campo da repressão, a FIFA atuará, ainda, através de notificações extrajudiciais e outras medidas legais.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

China lança nova campanha contra pirataria online


O governo chinês lançou uma nova campanha contra a pirataria online desenfreada, intensificando a supervisão e a coordenação entre seus órgãos, segundo um comunicado divulgado hoje por quatro órgãos de nível ministerial.

A campanha de quatro meses se concentrará na supervisão de fornecedores de conteúdo e serviços de armazenamento online e busca, assim como plataformas de comércio eletrônico, segundo o comunicado divulgado pela Administração Nacional dos Direitos Autorais, o Ministério da Segurança Pública, o Ministério da Indústria e Informatização e o Escritório Nacional de Informação de Internet.

As autoridades locais serão exigidas a conduzir investigações especiais e promover inspeções rotineiras sobre publicações online, aponta o documento.

O comunicado também propôs diretrizes supervisoras para plataformas de comércio eletrônico, sob as quais os fornecedores de serviços devem criar regras específicas para a proteção de direitos autorais e medidas de punição contra as violações.

O governo chinês vem lutando contra as violações de propriedade intelectual através do lançamento de frequentes campanhas e ataques de grande escala.

Além das medidas governamentais, os fornecedores de serviços de internet também vêm fazendo enormes esforços para proteger os direitos de propriedade intelectual a fim de manter o desenvolvimento sustentável e saudável.

As empresas de internet aceleraram a cooperação com os proprietários de direitos autorais para oferecer conteúdos autorizados, como filmes e músicas, aos internautas.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Advogados do Megaupload pedem arquivamento de processo nos EUA


A defesa do site Megaupload, acusado de violação de direitos autorais e pirataria na internet, recorreu para que as acusações nos Estados Unidos sejam arquivadas e milhões de dólares em ativos sejam desbloqueados, informou um advogado norte-americano nesta quinta-feira.

O Megaupload, que as autoridades tiraram do ar em janeiro, era um dos sites mais acessados de toda a internet, com dados armazenados por milhões de usuários, para acesso gratuito ou pago.

O FBI (polícia federal dos EUA) acusou Kim Dotcom, o fundador do site, de comandar um esquema que gerou mais de 175 milhões de dólares em lucros em poucos anos, por meio de cópia e distribuição não autorizadas de música, filmes e outras formas de conteúdo protegido por direitos autorais.

Advogados do site alegam que as autoridades norte-americanas não podem mover ações criminais contra o Megaupload porque ele tem sede em Hong Kong e não recebeu intimação formal.

Os ativos da Megaupload foram congelados e executivos da empresa acabaram presos na Holanda e Nova Zelândia em janeiro sob mandados de prisão do FBI por lavagem de dinheiro, pirataria na internet e troca ilegal de arquivos. O advogado do site nos Estados Unidos afirmou que o FBI cometeu um erro básico. "Pela lei nos Estados Unidos não se pode indiciar e intimar uma empresa que não tenha presença no país", declarou Ira Rothken à Radio New Zealand.

Dotcom, de 39 anos, o presidente-executivo da Megaupload, passou quase um mês preso depois que a polícia neozelandesa fez buscas na luxuosa casa onde morava e o tirou do cômodo em que se escondia. As autoridades norte-americanas pediram a extradição de Dotcom e três outros executivos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Prejuízo com pirataria soma US$ 2,8 bilhões no Brasil

A participação dos programas ilegais no mercado brasileiro de software recuou um ponto percentual em 2011, segundo estudo da Business Software Alliance (BSA). O índice atual, de 53%, representa a sexta queda anual consecutiva da taxa de pirataria de software no país. Em 2005, essa fatia era de 64%.

Realizada mundialmente, a pesquisa engloba o mercado de software de 116 países. A taxa global de pirataria manteve-se estável no período, na casa de 42%. De acordo com a BSA, uma organização que reúne grandes companhias do setor, esse panorama é explicado, em grande parte, pelo ano pouco aquecido para o mercado de computadores.

Na avaliação de Frank Caramuru, diretor da BSA no Brasil, o país começa a colher os resultados das ações promovidas em conjunto pelo governo, pelas companhias e pelas entidades do setor. "O trabalho tem sido bem feito. Hoje, o Brasil possui a menor taxa de pirataria da América Latina, ao lado da Colômbia, e o menor índice entre os países do Bric", diz o executivo.

Em 2011, os softwares piratas representaram 61% das vendas na América Latina. Com 88%, a Venezuela apresentou o maior índice de programas ilegais na região. Já nos países do Bric, a taxa chegou a 70%. A China registrou a média mais elevada, com 77%, seguida pela Índia e Rússia, ambas com 63%.

Para Caramuru, outro fator que vai acelerar a redução da pirataria, tanto globalmente como no Brasil, é o crescimento da oferta de software como serviço. Em substituição ao modelo tradicional de venda de licenças, nesse formato os sistemas são entregues via internet e pagos por meio de taxas mensais, semelhantes a uma conta de luz. "O avanço dos tablets também vai contribuir para essa queda. Mas acredito que os efeitos positivos dessas duas vertentes começarão a ser sentidos com mais força dentro de dois anos", diz o executivo.

Em contraponto aos bons resultados obtidos na redução dos índices de pirataria, as perdas com software adquirido de maneira ilegal no Brasil cresceram 8% em 2011, para US$ 2,8 bilhões. O avanço, explica Caramuru, acompanha a expansão do próprio mercado local de software. Os programas vendidos legalmente, por sua vez, movimentaram US$ 2,5 bilhões no mesmo período.

Os maiores prejuízos com pirataria foram registrados nos Estados Unidos. Em 2011, o país acumulou uma perda de US$ 9,7 bilhões. Apesar disso, com um índice atual de 19%, o mercado americano, apresenta a menor taxa mundial de pirataria de software. Figuram na relação de países com grandes perdas a China (US$ 8,9 bilhões), a Rússia (US$ 3,2 bilhões) e a Índia (US$ 2,9 bilhões).

Em uma etapa inédita do estudo, a BSA coletou dados sobre os hábitos de compra de 15 mil usuários de software em 33 países. No Brasil, 46% dos entrevistados admitiram adquirir programas piratas, e 28% deles disseram que fazem isso com regularidade. A taxa mundial de consumidores que reconheceram comprar software ilegal foi de 57%.

Segundo a BSA, grande parte da pirataria no plano empresarial está relacionada aos executivos tomadores de decisão e, ao mesmo tempo, à falta de conhecimento dos riscos inerentes a essas práticas. Pela legislação brasileira, uma empresa pode ser obrigada a pagar até 3 mil vezes o valor do software, caso seja flagrada usando um programa ilegal, afirma Caramuru. Ele diz que, em média, a multa no país fica em 10 vezes o valor do software. Em 2011, foram 300 ações judiciais nesse sentido.

"Nossa ideia é não chegar a sentença, e sim, entrar em acordo para que a empresa legalize os softwares instalados em seus computadores. Por outro lado, não há como deixar de lado as ações de repressão a essas práticas", diz.

Foram realizadas no Brasil 680 ações de combate à pirataria de software em 2011, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). Essas iniciativas resultaram na apreensão de 3,16 milhões de cópias ilegais, um crescimento de 81% se comparado ao volume apreendido em 2010.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ativos intangíveis são alvos fáceis de criminosos da internet

Para o especialista em direito digital Victor Haikal, cada vez mais pessoas recorrem à Justiça para se defenderem de abusos e práticas indevidas nas redes sociais

Em um momento de avanço tecnológico em direção a um futuro cada vez mais virtual, muitas empresas, principalmente as pequenas, desconhecem uma categoria de ativos dos mais importantes para o seu negócio: os intangíveis. São marcas, patentes, softwares, informações sigilosas ou produção intelectual que podem estar desprotegidas e de fácil acesso para os criminosos digitais. "É muito difícil proteger este tipo de riqueza", avalia Victor Haikal, advogado especialista em direito digital da PPP Advogados. Ela ministrou, na terça-feira (7) à noite, uma palestra sobre o assunto no Like a Boss, o espaço que o Sebrae mantém na Campus Party 2012, em São Paulo.

Segundo ele, o Brasil vem resolvendo as questões digitais, mas com muita lentidão. Ele cita como exemplo uma decisão do Superior Tribunal de Justiça que levou sete anos para afirmar que o Google não pode ser responsabilizado por todo o conteúdo publicado no site de relacionamento Orkut, que pertence à empresa. Apesar da morosidade da Justiça, cada vez mais pessoas recorrem a ela para se defender de problemas nas redes sociais. "Se a pessoa for até o fim no processo, muitas vezes a decisão é favorável a ela", disse. 

Em relação a ataques de criminosos digitais, segundo Haikal, no direito digital tudo pode ser prova: cds, disquetes, e-mail, sites de relacionamento, fotos, gravações em caixas-postais de celulares. A grande maioria dos processos na Justiça têm e-mails como provas. Se as relações de compra e venda estão mudando, as relações com o direito também evoluíram. As principais características do direito digital são as relações não presenciais, máquinas como testemunhas e provas eletrônicas.

Por isso, é preciso ficar atento ao construir um site de e-commerce, participar de uma rede social ou fazer publicidade no mundo virtual. De acordo com Haikal, 98% dos incidentes na internet são provocados por usuários incautos. "O desconhecimento da lei é inescusável", afirmou. "Crescem os problemas de direitos autorais. Nas redes sociais, tenham cuidado com comentários e piadas de mau gosto. Elas podem levar a um processo", completou. 

Outro ponto importante, diz o advogado, é conhecer a política de privacidade e as normas de utilização do site. "Ao aceitar a política sem ler, o usuário dá um cheque em branco para que o site ou a rede social faça o que achar melhor com as informações colocadas ali. Por isso, é importante saber como as suas informações serão tratadas", diz Haikal.

Sopa e Pipa

O especialista em direito digital diz que "a falta de regras claras no mundo todo e, em especial no Brasil, para a utilização das informações que estão na internet, leva a um caos". Ele defende que devem ser elaboradas novas maneiras, menos restritivas, de controlar os direitos autorais de conteúdos. Tramitam no Congresso americano dois projetos de lei, o Stop Online Piracy Act (Pare com a Pirataria On-line, em tradução livre), conhecido como Sopa, e Protect IP Act (Ato para Proteção da Propriedade Intelectual), chamado de Pipa, para tentar combater a pirataria na internet. Os projetos vêm provocando manifestações das empresas de tecnologia. A favor, estão empresas tradicionais do entretenimento, como as emissoras de televisão, gravadoras de músicas, estúdios de cinema e editoras de livros.

Para Haikal, o Sopa penalizará não apenas o usuário, mas também sites de busca, provedores de conteúdo, meios de pagamento online, entre outros. "Se o site descumprir a lei pode ser penalizado, mas o foco dos projetos está em empresas que ganham dinheiro com a pirataria, como sites que vendem remédios falsificados pela internet", diz. Apesar disso, ele defende que empresas da "velha economia sentem-se à mesa de discussão com a nova economia e que a Organização das Nações Unidas (ONU) seja mediadora dos conflitos". 

Por Beth Matias


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Apesar da pirataria, venda de música digital subiu em 2011

Setor registrou alta de 8% no ano e já é responsável por um terço do mercado da música
Homem com fone de ouvido

A venda de música digital aumentou 8% em 2011, apesar da crise e da incidência da pirataria, segundo o relatório anual da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), que ressalta que o mercado mundial da música digital já representa um terço do total (32%).

O documento, apresentado nesta segunda-feira em Londres, desenha um panorama positivo, apesar de, como advertiu o responsável executivo do IFPI, Frances Moore, 'é preciso fazer mais' para erradicar a pirataria que, junto com a crise, segue prejudicando a indústria.

Em alguns países, o negócio já ultrapassa a metade do consumo de música: 52% nos Estados Unidos, 53% na Coreia do Sul e mais de 70% na China.

Moore mostrou sua satisfação por estes progressos sem deixar de alertar contra os riscos de cair na 'complacência', destacando que os serviços digitais de música mais importantes estão presentes em pelo menos 58 países.

'A verdade é que as gravadoras estão criando um negócio para a música digital bem-sucedido, apesar do ambiente operacional', disse.

Nos EUA serviços inovadores foram lançados e novos mercados foram abertos em 2011, houve um crescimento dos smartphones e tablets e o site ilegal Limewire foi fechado, o que contribuiu para que 'o mercado se aproxime da senda do crescimento', apontou Moore.

Prova disso foi o fechamento da popular página de downloads MegaUpload e a prisão de quatro de seus executivos na última semana, ou a aplicação da lei Hadopi na França, que contempla campanhas de divulgação e sanções para os infratores.

A familiaridade dos usuários com os serviços legais de música digital é uma das boas notícias para a IFPI, assim como a busca de novas fórmulas comerciais para oferecer uma experiência melhore que a dos serviços ilegais

Outro fator importante foi a expansão do iTunes, maior loja virtual de entretenimento, que passou a estar presente em 58 países em 2011, assim como a do Spotify, popular serviço de música em 'streaming' que se expandiu para 12 mercados, e o aumento das vendas de discos digitais, que cresceu 19% nos EUA, 27% no Reino Unido e 71% na França. EFE.