A maturidade em gestão da propriedade intelectual (PI) pode atingir alguns níveis, desde quem a desconsidera até quem a integra na estratégia de negócios. A depender do nível atual, pode-se elaborar um plano de evolução para atingir níveis mais elevados.
A gestão da propriedade intelectual é algo que está no DNA das empresas mais avançadas e com ambições mais globais em termos de competição em mercados que demandam muita inovação e desenvolvimento tecnológico para serem competitivos. No Brasil, são muito poucas as empresas que têm uma atuação destacada no cenário mundial quando o assunto é o registro de patentes. Enquanto no cenário mais competitivo do mundo nos setores eletroeletrônico, de informática, farmacêutico e químico as empresas líderes mundiais registram milhares de patentes anualmente, no Brasil são raras as empresas que atingem várias dezenas ou centenas de patentes por ano. Estamos nos referindo a grandes empresas como Petrobras, Embraco, Embraer, Braskem, Vale, Natura e algumas outras poucas empresas.
Evidentemente, as patentes não são sinônimo absoluto de inovação, embora seja um bom indicativo de esforço em busca dela. Por outro lado, elas mostram certo grau de maturidade empresarial por parte das empresas que já tomaram a decisão de competir com base em conhecimento, know-how e com ambição global, pois não basta patentear, há que defender, se for o caso, as proteções conferidas pela patente.
Além disso, a propriedade intelectual da organização pode incluir também outros ativos intangíveis, tais como: marca, design (desenho industrial), software, topografia de circuito integrado, cultivares, indicação geográfica e outros segredos industriais.
Por outro lado, em muitos casos, as empresas podem preferir não patentear para não revelar alguns aspectos específicos do negócio ou da tecnologia para o mercado, ou ainda para manter a exclusividade após findo o período de 20 anos de proteção. É o caso clássico da fórmula química da Coca-cola.
Outro aspecto interessante é que as empresas, quando começam a "entrar no jogo" da propriedade intelectual, começam a perceber que muita informação sobre tendências tecnológicas e de caráter competitivo de seus mercados e de cada concorrente podem ser revelados quando se analisam o histórico de registro nas principais bases de patentes do mundo. Em alguns casos, é possível inclusive identificar concorrentes emergentes ou novos entrantes que não estavam a priori no radar da empresa.
A maturidade da empresa com relação à propriedade intelectual pode, portanto, atingir vários níveis. Há desde aquelas que absolutamente desconsideram a gestão deste tema até aquelas que a integram fortemente em sua estratégia de negócios, cultura e práticas organizacionais. Para aquelas que integram a propriedade intelectual em suas práticas, observamos que podem ir desde um nível apenas defensivo até um nível máximo visionário, conforme o quadro abaixo.
Posicionamento com relação à Propriedade Intelectual
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