
Boo-Keun Yoon, presidente mundial de Visual Display da Samsung, esteve em São Paulo na semana passada. "O Brasil é um mercado em crescimento, com muito potencial", disse Yoon. A grande aposta da Samsung para o mercado de TV são os aparelhos inteligentes, conectados à internet, que agora conseguem ler gestos e entender comandos de voz.
A chegada ao mercado brasileiro desses modelos, que dizem adeus ao controle remoto, já tem data marcada: 18 de maio. Serão três modelos, com telas de 46, 55 e 65 polegadas. O menor sairá por R$ 7 mil. Um aparelho do mesmo tamanho e mais simples, custa R$ 3 mil. A concorrente LG também colocará no mercado, nos próximos meses, modelos que entendem o que as pessoas falam.
A Samsung batizou a nova interface de "interação inteligente" (Smart Interaction). O reconhecimento de gestos lembra o Kinect, do videogame Xbox 360, da Microsoft. O televisor vem com uma câmera de alta definição e microfones embutidos. Quando o espectador acena para a TV, aparece um cursor e um menu. Mexendo o braço, o espectador controla o cursor e, fechando a mão, clica nos ícones. Também é possível dizer os comandos. Quando alguém diz "Smart TV", também aparece o menu. Daí, é só falar o nome do que se quer.
Emoção
"Qual é o objetivo final da televisão?", perguntou Yoon, retoricamente. "É dar emoção aos consumidores." As imagens tridimensionais ajudam nesse objetivo, mas, na visão do executivo, o 3D passou a ser somente mais uma funcionalidade da TV inteligente, que tem como principal característica a conectividade. Para reduzir a angústia do consumidor ante a obsolescência acelerada dos aparelhos, a Samsung incluiu nos novos modelos um "Evolution Kit", em que um encaixe na parte de trás do televisor permitirá atualizar hardware e software.
O ciclo de troca da TV tem caído. Antigamente, o consumidor levava de oito a dez anos para comprar um equipamento novo. Hoje, esse prazo já caiu para quatro e aficionados por tecnologia chegam a comprar um novo a cada dois anos. Com o conceito de TV inteligente, conectada à internet e que roda aplicativos, o televisor concorre com vários outros equipamentos. Os mais óbvios são o computador e o celular. Mas consoles de videogame e conversores de TV por assinatura também trazem conteúdo da internet, além de equipamentos especializados como a Apple TV.
"Acontece essa competição", admitiu Yoon. "Mas, num lar, a TV sempre está no centro da sala. A tela maior permite emoções maiores. Num cenário de mobilidade, entretanto, a TV perde um pouco para outros dispositivos."
Existe uma grande expectativa dos consumidores para o televisor 3D que não exige óculos especiais. Já existem soluções sem óculos para telas menores, como videogames portáteis e telefones celulares. "Com a tecnologia atual, não é possível prever quando o 3D sem óculos chegará às telas grandes", disse o executivo. "A ultra definição pode tornar o 3D sem óculos possível, mas isso dependeria, por exemplo, de novas formas de transmissão do sinal." A ultra definição, com a imagem formada por pelo menos duas vezes mais pixels que a atual alta definição, deve chegar ao mercado em dois ou três anos, segundo Yoon.
Foto: Getty Images
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