segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Conferência vai debater benefícios da tecnologia nuclear para a inclusão social

O Nordeste brasileiro vai sediar, pela primeira vez, uma Conferência Nuclear Internacional do Atlântico (INAC), organizada pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), cujo tema central são os benefícios da tecnologia nuclear para a inclusão social. Medicina nuclear, melhoria da produção agrícola e do processo industrial nos setores mecânico, elétrico e de petróleo, entre outros, além do controle e monitoramento da poluição do meio ambiente, de rios e lagos são algumas aplicações da tecnologia nuclear que serão discutidas.

Edson Kuramoto, coordenador-geral do INAC e diretor da Aben, disse haver um movimento de retomada da construção de usinas nucleares no mundo. “A Inglaterra, há duas semanas, assinou um contrato de construção de duas usinas nucleares com a (empresa francesa) EDF, e eles têm um programa de energia nuclear cujo objetivo é investir 60 bilhões de libras até 2030”. Segundo o diretor da Aben, outros países, como a França, Finlândia, Turquia, Índia, Rússia, China e Estados Unidos estão construindo novas usinas nucleares. Hoje mais de 60 unidades se encontram em construção em todo o mundo.

No Brasil, a geração nuclear tem uma participação pequena na matriz energética, 2,9% do total. O Plano Nacional de Energia 2030, que está sendo revisado pela Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, prevê a construção de quatro a oito novos reatores. Além de ser uma energia limpa, na medida em que não emite gases de efeito estufa, Kuramoto defendeu maior participação da energia nuclear no conjunto da matriz energética brasileira. “Temos que ter uma matriz (energética) composta por todas as fontes disponíveis”.

Considerado um dos maiores eventos do setor na América Latina, a conferência bianual reunirá pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Ela ocorrerá de 24 a 29 deste mês, no Centro de Convenções de Pernambuco, no Recife. No evento anterior, promovido em Belo Horizonte, em 2011, foram apresentados 900 trabalhos científicos. “O Brasil, no setor, é privilegiado”, disse Kuramoto. O país conta cinco institutos de pesquisa especializados em tecnologia nuclear, localizados nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.

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