quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Propriedade intelectual sobre aeronave foi determinante

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, comemorou com o Alto Comando da Força Aérea a decisão da presidente Dilma Rousseff de comprar o caça sueco Gripen NG, depois de o processo se arrastar por quase duas décadas.

O senhor nunca perdeu a esperança, mesmo depois de tanto tempo e adiamentos?
As pessoas me questionavam muito. Eu era o único que não podia perder a esperança. Mas à medida que o tempo ia passando, a gente ficava sem saber o que dizer, embora a presidenta Dilma, desde o ano passado, tivesse avisado que este ano tomaria uma decisão. A expectativa era muito grande e agora estamos muito felizes. Será a primeira vez, depois de 40 anos, que vamos comprar um avião novo.

O Brasil vai ficar vulnerável neste período em que não disporá de caças em operação?
Não. O Brasil não vai ficar vulnerável de jeito nenhum. Vamos ter a Copa do Mundo de futebol e este e todos os eventos serão cobertos e protegidos, a contento, tanto com o F-5 quanto pelos Super Tucanos, além dos aviões radares. É claro que o F-5 não é o avião ideal. Mas nós vamos fazer a defesa aérea do País com ele. É o avião que temos.

A Dassault critica a decisão dizendo que o avião dela é melhor. E há críticas de vários setores por ser o Gripen monomotor e os demais, bimotores.
Todo mundo diz que o seu é melhor. E ser monomotor tem vantagens e desvantagens. Dois motores são mais fáceis de serem detectados pelos radares. O F-16, americano, um dos melhores aviões do mundo, foi muito testado, vendeu mais de quatro mil unidades, e é monomotor.

O preço foi determinante?
O preço não foi determinante. Foi importante. Assim como a transferência de tecnologia foi importantíssima também. Uma coisa é você transferir tecnologia de um equipamento pronto, quando você recebe explicações sobre o que foi feito. Outra coisa é você desenvolver o avião e ter a propriedade intelectual sobre ele.

O Brasil poderá vender o avião para outros países?
Na proposta ficou estabelecido que em todo o mercado da América do Sul, África e países nos quais o Brasil tenha penetração comercial as vendas serão nossas.

Autor: O Estado de S. Paulo *

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